quarta-feira, 4 de setembro de 2013

La Taille, Yves de. 1951 - Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias psicogenéticas em discussão/ Yves de La Taille, Marta Kohl de Oliveira, Heloysa Dantas. São paulo: Summus, 1992 -PUBLICAÇÃO 2 SOBRE O TEMA


23 agosto 2011


Piaget, Vygotsky, Wallon : teorias psicogenéticas em discusão

La Taille, Yves de. 1951 - Piaget, Vygotsky, Wallon :terorias psicogenéticas em discussão/ Yves de La Taille, Marta Kohl de oliveira, Heloysa Dantas. São paulo: Summus, 1992

1 - Fatores biológicos e sociais

1.1 -Piaget
Criticado injustamente por "desprezar" os fatores sociais no dese nvolvimento humano, mas o que é justo afirmar é que ele não se deteve longamente nesta questão.

" A inteligência humana somente se desenvolve no individuo em função de interações sociais que são, em geral, demasiadamente negligenciadas." (pág 11)
" O homem  é um ser essecialmente social, impossível, portanto, de ser pensado fora do contexto da sociedade em que  nasce e vive. Em outras palavras, o homem não social, (...), o homem visto como imune aos legados da história e da tradição, este homem simplesmente não existe." (idem)

Para Piaget, o adulto social se dá quando sure a qualidade da "troca" intelectual, o grau ótimo de socialização se dá quando tal troca atinge o equilibrio.

"No total, o equilibrio de uma troca de pensamentos supõe:
1 - um sistema comum de signos e de definições
2 - uma conservação das proposições válidas obrigando aqueles que as reconhece como tal
3 - uma reciprocidade de pensamentos entre os interlocutores." (pág. 14)

ser social = agrupamento = pensamento operatório

Para Piaget, segundo Yves, as etapas do ser social acompanha as etapas do desenvolvimento:
Sensório motor (0 à 2 anos )=zero social
Pré-operatório (2 á 7 anos)= faltam elemntos para ser um ser plenamente social
Operatório (8 em diante)= já é um ser plenamente social capaz de realizar trocas întelectuais)


Relação de Coação= visto por Piaget como caminho ao empobrecimento das relações sociais e representa um freio ao desenvolvimento da inteligência, porém, destaca importante e dominante na vida da criança pequena (pai/filho, adulto/criança)

"Deter pura e simplesmente uma verdade, mas sem poder prová-la ou demonstrá-la, ainda não é ser racional." (pág. 19)

Relação de Cooperação= representam justamente aquelas que vão pedir e possibilitar  desenvolvimento de ser racional.
> discussão/"troca" de pontos de vista. para Piaget, a cooperação trata-se de um método.
> cooperação - noção de igualdade e respeito mútuo.
A cooperação, necessário ao desenvolvimento das operações mentais tem seu início, segundo Piaget, nas relações entre crianças, daí a simpatia que ele sempre teve pelos trabalhos em grupo como alternativa pedagógica.


"(...) Piaget pensa o social e suas influências sobre os indivíduos pela perspectiva da ética!" (pág. 21)

~ser coercitivo ou ser cooperativo para Piaget, depende de atitude moral. O indivíduo deve querer ser cooperativo. Ser cooperativo não é tão fácil, é necessário ter condições intelectuais e postura ética.

A teoria de Piaget é uma grande defesa do ideal democrática, mas uma defesa de caráter cinetífico, uma vez que ele procura demonstrar que a democracia é a condição necessária ao desenvolvimento e à contrução da personalidade.


1.2 - Vygotsky
- Processos de formação de conceitos

- estudou os fatores biológicos e sociais no desenvolvimento psicológico e a questão da formação de conceitos.
v
REMETEM A DISCUSÃO
V
~relação pensamento e linguagem, mediação cultural, processo de internalização e papel da escola.

O ser humano é um ser social e a acultura molda o funcionamento psicológico do homem
Vygotsky deu importãncia ao substrato material do desenvolvimento psicológico, especificamente o cérebro.

" As concepções de Vygotsky sobre o funcionamento do cérebro humano fundamentam-se em sua ideia de que as funções psicológicas superio res são construídas ao longo da história social do homem." (pág. 24)

CÉREBRO: SISTEMA ABERTO, MODIFICÁVEL, DE GRANDE PLASTICIDADE, CUJA ESTRUTURA E MODOS DE FUNCINAMENTO SÃO MOLDADOS AO LONGO DA HISTÓRIA DA ESPÉCIE E DO DESENVOLVIMENTO INDIVIDUAL.

Nos estágios iniciais do desenvolvimento, as atividades mentais apoiam-se principalmente em funções mais elemntares, enquanto es estágios subsequentes a participação de funções superiores torna-se mais importante.
Criança= regiões do cérebro responsável pelos processos mais elementares
Adulto= regiões do cérebro ligados a pensamentos mais complexos.

" Assim sendo, lesões em determinadas áreas corticais podem levar a síndromes completamente diferentes, dependendo do estágio de desenvolvimento psicológico do indivíduo em que a lesão ocorra." pág. 26)

Processo de Internalização

"Ao longo de seu desenvolvimento o indivíduo internaliza formas culturalmente dadas de comportamento, num processo em que atividades externas, fuñções interpessoais, transformam-se em atividades internas, intrapsicológicas. O processo de internalização, é assim, fundamental no desenvolvimento do funcionamento psicológico humano." (pág. 27)


DESENVOLVIMENTO DO PENSAMENTO CONCEITUAL (SEGUNDO VYGOTSKY)

1º ESTÁGIO = criança forma conjuntos sincréticos, agrupando objetos com base em    nexos vagos, subjetivos e baseados em fatores perceptuais, como a proximidade espacial por exemplo.
2º ESTÁGIO = "pensamentos por complexos", pensamentos concretos e factuais
3º ESTÁGIO =  levará á formação dos conceitos propriamente ditos, a criança agrupa objetos com base num único atributo, sendo capaz de abstrair características isoladas da totalidade da experiência concreta.

~ o percurso genético não é linear pois o 3º estágio não aparece necessáriamente quando o 2º estágio completou todo seu desenvolvimento.

" A trajetória de desnvolvimento de um conceito já está predeterminada pelo significado que a palavra que o designa tem na linguagem dos adultos." ( pág. 30)

" O desenvolvimento dos conceitos espontanêos da criança é ascendente, enquanto o desenvolvimento dos seus conceitos cientifícos é descendente para um nível mais elementar e concreto." (pág 31)

A aprendizagem é fundamental para o desenvolvimento desde o nascimento da criança = a intervenção pedagógica provoca avanços que não ocorreriam espontaneamente.

1.3 - Wallon
Do ato  motor ao Ato mental: a gênese da inteligência segundo Wallon

A sua matéria prima para o estudo foram crianças doentes, casos de retardom epilepsia, anomalias psicomotoras em geral.
Utilizou o método da psicologia, a observação.
Para Wallon, o conhecimento é extra-cortical, isto é está " fora do cérebro". É como se fosse uma parte do corpo humano.

" Para Wallon, o ser humano é organicamente social, isto é, sua estrutura orgãnica supõe a interveção da cultura para se atualizar." (pág.36)

os temas mais pensados por Wallon foram o movimento, emoção, inteligência e personalidade. Seu grande eixo de pesquisa foi a motricidade. A relação com o ato motor igualado ao ato psicomotor.
~ ato mental se desenvolve a partir do ato motor

ETAPA IMPULSIVA DA MOTRICIDADE _  após o nascimento _ período medulobulbar, motricidade disponibiliza além de reflexos, apenas movimentos impulsivos, globais, incoordenados. A partit destes evoluirão os movimentos expressivos. esta etapa dura aproximadamente 3 meses.

ETAPA EXPRESSIVO EMOCIONAL _ 3 meses ao final do 1º ano_ amadurecimento das estruturas mesoncefálicas do sistema extrapiramidal, aliado á resposta social do ambiente, sob forma de interpretação do significado ( bem-estar e mal-estar) dos movimentos. Maior parte são apelos ás pessoas.

>  6 meses aos 1 ano e 12 meses _ marcha, preensão, capacidade de investigação ocular sistemática, gestos instrumentais.
>Preensão em pinça _ por volta dos 9 meses.
Período Sensório- Motor - consiste em movimentos que contêm ideias ( pegar + olhar + andar). indica que se trata de movimentos que contêm idéias. O movimento, a princípio, desencadeia e conduz o pensamento. O controle do gesto pela ideia inverte-se ao longo do desenvolvimento.
ETAPAS DA INTELIGÊNCIA
> 1º ANO DE VIDA - fase afetiva - trata-se nitidamente de um afase de construção do sujeito, onde o trabalho cognitivo está latente e ainda indiferenciado da atividade afetiva.
> 2 º ANO DE VIDA - fase da inteligência prática ou das situações ( também conhecida como sensório motora) exploração intensa e sistemática do ambiente
> + ou - 3º ANO DE VIDA - fase projetiva - as falas e as condutas representativas são inegáveis, confirmando uma nova forma de relação com o real, que emancipará a intelig~encia do quadro perceptivo imediato.
> + ou - 5º ANO DE VIDA - fase sincretismo - com afunção simbólica e a linguagem. inaugura-se o pensamento discursivo - diálogos sustentados. ( "O sol é o céu, mas não são a mesma coisa.)
> + ou - dos 5 AOS 9 ANOS - fase categorial - redução do sincretismo, permitindo o aparecimento de uma forma mais diferenciada de pensamento. Só o pensamento categorial permitirá, a atribuição das qualidades específicas de um objeto, tornando-o assim distinto de outros, sem carregar consigo os demais atributos do objeto em que aparece. Enquanto o " pesado" do barco, por exemplo, estiver confundido com as suas outras características, como " grande", será impossível chegar à solução do problema do afundamento da faca.

" A palavra carrega a ideia, como o gesto carrega a intenção." (pág 44)

2 - Afetividade e cognição

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

SITE RELEVANTE PARA PESQUISA RESENHAS DE VÁRIOS AUTORES

http://educacadoresemluta.blogspot.com.br/2009/12/la-taille-yves-et-alii-piaget-vygotsky_11.html

6. LA TAILLE, Yves.DANTAS, Heloisa e OLIVEIRA, Marta Kohl de, Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias psicogenéticas em discussão. 24. ed. São Paulo: Summus, 1992.

RESENHA

LA TAILLE, Yves et alii. Piaget, Vygotsky, Wallon: Teorias psicogenéticas em discussão

9. LA TAILLE, Yves et alii. Piaget, Vygotsky, Wallon: Teorias psicogenéticas em discussão. SP, Summus, 1992
PARTE I - FATORES BIOLÓGICOS E SOCIAIS
O lugar da interação na concepção de Jean Piaget
Yves de La Taille
La Taille considera que nada há de mais injusto que a crítica feita a Piaget de desprezar o papel dos fatores sociais no desenvolvimento humano. O máximo que se pode dizer é que Piaget não se deteve sobre a questão, mas, o pouco que levantou é de suma importância.
Para o autor, o postulado de Wallon de que o homem é "geneticamente social" (impossível de ser pensado fora do contexto da sociedade) também vale para a teoria de Piaget, pois são suas palavras: "desde o nascimento, o desenvolvimento intelectual é, simultaneamente, obra da sociedade e do indivíduo" (p. 12).
Para Piaget, o homem não é social da mesma maneira aos seis meses ou aos vinte anos. A socialização da inteligência só começa a partir da aquisição da linguagem. Assim, no estágio sensório-motor a inteligência é essencialmente individual, não há socialização. No estágio pré-operatório, as trocas intelectuais equilibradas ainda são limitadas pelo pensamento egocêntrico (centrado no eu): as crianças não conseguem seguir uma referência única (falam uma coisa agora e o contrário daí a pouco), colocar-se no ponto de vista do outro não são autônomas no agir e no pensar. No estágio operatório-concreto começam a se efetuar as trocas intelectuais e a criança alcança o que Piaget chama de personalidade: indivíduo se submetendo voluntariamente às normas de reciprocidade e universalidade. A personalidade é o ponto mais refinado da socialização o eu renuncia a si mesmo para inserir seu ponto de vista entre os outros em oposição ao egocentrismo, e que a criança elege o próprio pensamento como absoluto. O ser social de mais alto nível é aquele que consegue relacionar-se com seus semelhantes realizando trocas em cooperação, o que só é possível quando atingido o estágio das operações formais (adolescência).
O processo de socialização
A socialização vai do grau zero (recém-nascido) ao grau máximo (personalidade). O indivíduo mais evoluído pode usufruir tanto de sua autonomia quanto das contribuições dos outros.
Para Piaget, "autonomia significa ser capaz de se situar consciente e competentemente na rede dos diversos pontos de vista e conflitos presentes numa sociedade" (p. 17). Há uma "marcha para o equilíbrio", com bases biológicas, que começa no período sensório-motor, com a construção de esquemas de ação, e chega às ações interiorizadas, isto é, efetuadas mentalmente.
Embora tudo pareça resumir-se à relação sujeito-objeto, para La Taille, as operações mentais permitem o conhecimento objetivo da natureza e da cultura e são, portanto, necessidades decorrentes da vida social. Para ele, Piaget não compartilha do "otimismo" de que todas as relações sociais favorecem o desenvolvimento. Para La Taille, a peculiaridade da teoria piagetiana é pensar a interação da perspectiva da ética (igualdade, respeito mútuo, liberdade, direitos humanos). Ser coercitivo ou cooperativo depende de uma atitude moral, sendo que a democracia é condição para o desenvolvimento da personalidade. Diz ele: "A teoria de Piaget é uma grande defesa do ideal democrático" (p. 21).

Vygotsky e o processo de formação de conceitos
Morto Kohl de Oliveira

Substratos biológicos e construção cultural no desenvolvimento humano
A perspectiva de Vygotsky é sempre a da dimensão social do desenvol-vimento. Para ele, o ser humano constitui-se como tal na sua relação com o outro social; a cultura torna-se parte da natureza humana num processo histórico que molda o funcionamento psicológico do homem ao longo do desenvolvimento da espécie (fïlogenética) e do indivíduo (ontogenética). O ser humano tem, assim, uma dupla natueza: membro de uma espécie biológica que só se desenvolve no interior de um grupo cultural.
Vgotsky rejeitou a ideia de funções fundamentais fixas e imutáveis, "tra-balhando com a noção do cérebro como um sistema aberto, de grande plasticidade, cuja estrutura e modos de funcionamento são moldados ao longo da história da espécie e do desenvolvimento individual" (p. 24). Para ele, o cérebro é formado por sistemas funcionais complexos, isto é, as fun-ções não se localizam em pontos específicos, mas se organizam a partir da ação de diversos elementos que atuam de forma articulada. O cérebro tem uma estrutura básica, resultante da evolução da espécie, que cada membro traz consigo ao nascer. Essa estrutura pode ser articulada de diferentes formas pelo sujeito, isto é, um mesmo problema pode ser solucionado de diferentes formas e mobilizar diferentes partes do cérebro.
Há uma forte ligação entre os processos psicológicos e a inserção do in-divíduo num contexto sócio-histórico específico. Instrumentos e símbolos construídos socialmente é que definem quais possibilidades de funcionamento cerebral serão concretizadas. Vygotsky apresenta a ideia de mediação: a relação do homem com os objetos é mediada pêlos sistemas simbólicos (representações dos objetos e situações do mundo real no universo psicológico do indivíduo), que lhe possibilita planejar o futuro, imaginar coisas, etc.
Em resumo: operar com sistemas simbólicos permite o desenvolvimento da abstração e da generalização e define o salto para os processos psi-cológicos superiores, tipicamente humanos. Estes têm origem social, isto é, é a cultura que fornece ao indivíduo o universo de significados (repre-sentações) da realidade. As funções mentais superiores baseiam-se na operação com sistemas simbólicos e são construídas de fora para dentro num processo de internalização.
O processo de formação de conceitos
A linguagem é o sistema simbólico fundamental na mediação entre sujeito e objeto do conhecimento e tem duas funções básicas: interação social (comunicação entre indivíduos) e pensamento generalizante (significado compartilhado pelos usuários). Nomear um objeto significa colocá-lo numa categoria de objetos com atributos comuns. Palavras são signos mediadores na relação do homem com o mundo.
O desenvolvimento do pensamento conceitual segue um percurso ge-nético que parte da formação de conjuntos sincréticos (baseados em nexos vagos e subjetivos), passa pelo pensamento por complexos (baseado em ligações concretas e factuais) e chega à formação de conceitos (baseados em ligações abstratas e lógicas).
Esse percurso não é linear e refere-se à formação de conceitos cotidianos ou espontâneos, isto é, desenvolvidos no decorrer da atividade prática da criança em suas interações sociais imediatas e são, portanto, im-pregnados de experiências. Já os conceitos científicos são os transmitidos em situações formais de ensino-aprendizagem e geralmente começam por sua definição verbal e vão sendo expandidos no decorrer das leituras e dos trabalhos escolares. Assim, o desenvolvimento dos conceitos espontâne¬os é ascendente (da experiência para a abstração) e o de conceitos científicos é descendente (da definição para um nível mais elementar e concreto). A partir do exposto, duas conclusões são fundamentais:1a - diferentes culturas produzem modos diversos de funcionamento psicológico;2a - a instrução escolar é de enorme importância nas sociedades letradas.
Do ato motor ao ato mental: a gênese da inteligência segundo Wallon
Heloysa Dantas
Wallon tem uma preocupação permanente com a infra-estrutura orgânica de todas as funções psíquicas. Seus estudos partem de pessoas com problemas mentais, portanto, seu ponto de partida é o patológico, isto é, utiliza a doença para entender a normalidade.
Para Wallon, o ser humano é organicamente social, isto é, sua estrutura orgânica supõe a intervenção da cultura. A metodologia do seu trabalho ancora-se no materialismo dialético, concebendo a vida dos organismos como uma pulsação permanente, uma alternância de opostos, um ir e vir permanente, com avanços e recuos.
A motricidade: do ato motor ao ato mental.
A questão da motricidade é o grande eixo do trabalho de Wallon. Para ele, o ato mental se desenvolve a partir do ato motor. Ao longo do desenvol-vimento mental, a motricidade cinética (de movimento) tende a se reduzir, dando lugar ao ato mental. Assim, mesmo imobilizada no esforço mental, a musculatura permanece em atividade tônica (músculo parado, atitude). A tipologia de movimento que Wallon adota parte de atos reflexos, passa pelos movimentos involuntários e chega aos voluntários ou praxias, só possíveis graças à influência ambiental aliada ao amadurecimento cerebral.
Ao nascer, é pela expressividade mímica que o ser humano atua sobre o outro. A motricidade disponível consiste em reflexos e movimentos impulsivos, incoordenados. A exploração da realidade exterior só é possível quando surgem as capacidades de fixar o olhar e pegar. A competência no uso das mãos só se com¬pleta ao final do primeiro ano de vida, quando elas chegam a uma ação complementar (mão dominante e auxiliar). A etapa dominantemente práxica da motricidade ocorre para-lelamente ao surgimento dos movimentos simbólicos ou ideativos. O movimento, a princípio, desencadeia o pensamento. Por exemplo, uma cri-ança de dois anos, que fala e gesticula, tem seu fluxo mental atrofiado se imobilizada. O controle do gesto pela ideia inverte-se ao longo do de-senvolvimento. Há uma transição do ato motor para o mental.
As fases da inteligência - as etapas de construção do eu
No processo de desenvolvimento da inteligência há preponderância (a cada período mais marcado pelo afetivo segue-se outro mais marcado pelo cognitivo) e alternância de funções (a criança ora está mais voltada para a realidade das coisas/conhecimento do mundo - fases centrípetas, ora mais voltada para a edificação da pessoa/conhecimento de si - fases centrífugas).
1a fase: impulsivo-emocional (de zero a um ano). Voltada para o desen-volvimento motor e para a construção do eu. No recém-nascido, os movi-mentos impulsivos que exprimem desconforto ou bem estar são interpretados pelos adultos e se transformam em movimentos comunicativos através da mediação social; até o final do primeiro ano a relação com o ambiente é de natureza afetiva e a criança estabelece com a mãe um "diálogo tônico" (toques, voz, contatos visuais).
2a fase: sensório-motor e projetivo (de um a três anos). Aprendendo a andar a criança ganha mais autonomia e volta-se para o conhecimento do mundo. Surge uma nova fase de orientação diversa, voltada para a exploração da realidade externa. Com a linguagem, inicia-se o domínio do simbólico.3a fase: personalismo (três a seis anos). Novamente voltada para dentro de si, a preocupação é agora construir-se como ser distinto dos demais (individualidade diferenciada). Com o aperfeiçoamento da linguagem, de-senvolve-se o pensamento discursivo. Sucedem-se uma etapa de rejeição (atitudes de oposição), outra de sedução do outro e conciliação (idade da graça) e outra de imitação (toma o outro como modelo).
4a fase: categorial (seis a onze anos). Voltada para o cognitivo, é a fase escolar. Ao seu final, há a superação do sincretismo do pensamento em direção à maior objetividade e abstração. A criança torna-se capaz de diferenciações intelectuais (pensamento por categorias) e volta-se para o conhecimento do mundo.5a fase: puberdade e adolescência (a partir dos onze anos). Nesta fase, caracterizada pela auto-afirmação e pela ambivalência de atitudes e sentimentos, a criança volta-se novamente para a construção da pessoa. Há uma reconstrução do esquema corporal e o jovem tem a tarefa de manter um eu diferenciado (dos outros) e, ao mesmo tempo, integrado (ao mundo), o que não é fácil.


PARTE II - AFETIVIDADE E COGNIÇÃO


Desenvolvimento do juízo moral e afetividade na teoria de Jean PiagetYves de La Taille

A obra "O julgamento moral da criança"(1932) traz implícita a relação que existe entre afetividade e cognição para Piaget, bem como a importância que ele atribui à autonomia moral.
a) As regras do jogo
Segundo Piaget, toda moral consiste num sistema de regras, sendo que a essência da moralidade deve ser procurada no respeito que o indivíduo tem por elas. Piaget utilizou o jogo coletivo de regras como campo de pesquisa por considerá-lo paradigmático para a moralidade humana porque: é atividade inter-individual regulada por normas que podem ser modificadas e que provêem de acordos mútuos entre os jogadores, sen¬do que o respeito às normas tem um caráter moral (justiça, honestidade..).
Piaget dividiu em três etapas a evolução da prática e da consciência de regras:1a - anomia (até 5/6 anos): as crianças não seguem atividades com regras coletivas;2a - heteronomia (até 9/10 anos): as crianças vêm as regras como algo de origem imutável e não como contrato firmado entre os jogadores; ao mesmo tempo, quando em jogo, introduzem mudanças nas regras sem prévia consulta aos demais; as regras não são elaboradas pela consciência e não são entendidas a partir de sua função social;
3a - autonomia: é a concepção adulta de jogo; o respeito às regras é visto como acordo mútuo em que cada jogador vê-se como possível "legislador".
b) O dever moral
O ingresso da criança no universo moral se dá pela aprendizagem dos deveres a ela impostos pelos pais e demais adultos, o que acontece na fase de heteronomia e se traduz pelo "realismo moral" que tem as seguintes características:
• a criança considera que todo ato de obediência às regras impostas é bom;
• as regras são interpretadas ao pé da letra e não segundo seu espírito;
• há uma concepção objetiva de responsabilidade: o julgamento é feito pela consequência do ato e pelaintencionalidade.c) A justiça
A noção de justiça engloba todas as outras noções morais e envolve ideias matemáticas (proporção, peso, igualdade). Quanto menor a criança mais forte a noção de justiça imanente (todo crime será castigado, mesmo que seja por força da natureza), mais ela opta por sanções expiatórias (o castigo tem uma qualidade estranha ao delito) e mais severa ela é (acha que quanto mais duro o castigo, mais justo ele é). A partir dos 8/9 anos a desobediência já é vista como ato legítimo quando há flagrante injustiça.As duas morais da criança e os tipos de relações sociais
Mesmo concordando que a moral é um ato social, para Piaget o sujeito participa ativamente de seu desenvolvimento intelectual e moral e detém uma autonomia possível perante os ditames da sociedade.As relações interindividuais são divididas em duas categorias:
• coação: derivada da heteronomia, é uma relação assimétrica, em que um dos pólos impõe suas verda¬des, sendo contraditória com o de-senvolvimento intelectual; cooperação: é uma relação simétrica constituída por iguais, regida pela reciprocidade; envolve acordos e exige que o sujeito se descentre para compreender o ponto de vista alheio; com ela o desenvolvimento moral e intelectual ocorre, pois ele pressupõe autonomia e superação do realismo moral.
Em resumo: para Piaget, a coerção é inevitável no início da educação, mas não pode permanecer exclusiva para não encurralar a criança na heteronomia. Assim, para favorecer a conquista da autonomia, a escola precisa respeitar e aproveitar as relações de cooperação que espontaneamente, nascem das relações entre as crianças.
Afetividade e inteligência na teoria piagetiana do desenvolvimento do juízo moral
Para La Taille, o notável na teoria piagetiana é que nela "não assistimos a uma luta entre afetividade e moral"(p.70). Afeto e moral se conjugam em harmonia: o sujeito autônomo não é reprimido mas um homem livre, convencido de que o respeito mútuo é bom e legítimo. A afetividade adere espontaneamente aos ditames da razão. Ele considera que na obra "O juízo moral na criança" intui-se um Piaget movido por alguma "emoção", que sustenta um grande otimismo em relação ao ser humano. No entanto, para ele, o estudo sobre o juízo moral poderia ter sido completado por ou-tros que se detivessem mais nos aspectos afetivos do problema.
O problema da afetividade em Vygotsky
Morta Kohl de Oliveira
Vygotsky pode ser considerado um cognitivista (investigou processos in-ternos relacionados ao conhecimento e sua dimensão simbólica), embora nunca tenha usado o termo cognição, mas função mental e consciência. Para ele há uma distinção básica entre funções mentais elementares (atenção involuntária) e superiores (atenção voluntária, memória lógica). É difícil compreender cada função mental isoladamente, pois sua essência é ser inter-relacionada com outras funções. Sua abordagem é globalizante. Ele utiliza o termo consciência para explicar a relação dinâmica (interfuncionalidade) entre afeto e intelecto e, portanto, questiona a divisão entre as dimensões cognitiva e afetiva do funcionamento psicológico. Para ele, não dá para dissociar interesses e inclinações pessoais (aspec-tos afetivo-volitivos) do ser que pensa (aspectos intelectuais).
ConsciênciaVygotsky concebe a consciência como "organização objetivamente observável do comportamento, que é imposta aos seres humanos através da participação em práticas sócio-culturais"(p.78). É evidente a fun-damentação em postulados marxistas: a dimensão individual é considerada secundária e derivada da dimensão social, que é a essencial. Carrega ainda um fundamento sócio-histórico, isto é, a consciência humana, resultado de uma atividade complexa, formou-se ao longo da história social do homem durante a qual a atividade manipuladora e a linguagem se desenvolveram.
As impressões que chegam ao homem, vindas do mundo exterior são analisadas de acordo com categorias que ele adquiriu na interação social. A consciência seria a própria essência da psique humana, o componente mais elevado das funções psicológicas humanas e envolve a inter-relação dinâmica e em transformação entre: intelecto e afeto, atividade e representação simbólica, subjetividade e interação social.
Subjetividade e intersubjetividade
As funções psicológicas superiores, tipicamente humanas, referem-se a processos voluntários, ações conscientemente controladas, mecanismos intencionais. Apresentam alto grau de autonomia em relação a fatores biológicos, sendo, portanto, o resultado da inserção do homem em determinado contexto sócio-histórico.O processo de internalização de formas culturais de comportamento, que corresponde à própria formação da consciência, é um processo de constituição da subjetividade a partir de situações de intersubjetividade. Assim, a passagem do nível interpsicológico para o intrapsicológico envolve relações interpessoais e a construção de sujeitos únicos, com trajetórias pessoais singulares e experiências particulares em sua relação com o mundo e, fundamentalmente, com as outras pessoas.
Sentido e significado
Para Vygotsky, os processos mentais superiores são mediados por sis-temas simbólicos, sendo a linguagem o sistema simbólico básico de todos os grupos humanos. O significado é componente essencial da palavra, o filtro através do qual o indivíduo compreende o mundo e age sobre ele. Nele se dá a unidade de duas funções básicas da linguagem: a interação social e o pensamento generalizante. Na concepção sobre o significado há uma conexão entre os aspectos cognitivos e afetivos: significado é núcleo estável de compreensão e sentido é o significado da palavra para cada indivíduo, no seu contexto de uso e relacionado às suas vivências afetivas.
A linguagem é, assim, polissêmica: requer interpretação com base em fatores linguísticos e extralingüísticos. Para entender o que o outro diz, não basta 'entender suas palavras, mas também seu pensamento e suas motivações.

O discurso interior
discurso interior corresponde à internalização da linguagem. Ao longo de seu desenvolvimento, a pessoa passa de uma fala socializada (comu-nicação e contato social) a uma fala internalizada (instrumento de pensamento, sem vocalização), correspon¬dente a um diálogo consigo mesma.A afetividade e a construção do sujeito na psicogenética de Wallon Heloysa Dantas

A teoria da emoção
Para Wallon a dimensão afetiva ocupa lugar central, tanto do ponto de vista da construção da pessoa quanto do conhecimento. A emoção é ins-trumento de sobrevivência típico da espécie humana. O bebê humano, frágil como é, pereceria não fosse sua capacidade de mobilizar poderosa-mente o ambiente para atender suas necessidades. A função biológica do choro, por exemplo, é atuar fortemente sobre a mãe, fornecendo o primeiro e mais forte vínculo entre os humanos. Assim, a emoção tem raízes na vida orgânica e também a influencia, um estado emocional intenso, por exemplo, provoca perda de lucidez.
Segundo Wallon, a atividade emocional é simultaneamente social e bio-lógica. Através da mediação cultural (social), realiza a transição do estado orgânico para a etapa cognitiva e racional. A consciência afetiva cria no ser humano um vínculo com o ambiente social e garante o acesso ao universo simbólico da cultura - base para a atividade cognitiva - elaborado e acumulado pelos homens ao longo de sua história. Dessa forma, para Wallon, o psiquismo é uma síntese entre o orgânico e o social. Daí sua natureza contraditória de participar de dois mundos.
A opção metodológica adotada por Wallon é o materialismo dialético. Isso quer dizer que não dá para pensar o desenvolvimento como um processo linear, continuista, que só caminha para a frente. Pelo contrário, é um processo com idas e vindas, contraditório, paradoxal. Assim, sua teoria da emoção é genética (para acompanhar as mudanças funcionais) e dialética.
A origem da conduta emocional depende de centros subcorticais (de expressão involuntária e incontrolável) e torna-se susceptível de controle voluntário com a maturação cortical. Para Wallon, as emoções podem ser de natureza hipotônica ou redutora do tônus (como o susto e a depres-são) e hipertônica ou estimuladora do tônus (como a cólera e a ansiedade).

Características do comportamento emocional
A longa fase emocional da infân¬cia tem correspondência na história da espécie humana: é a emoção que garante a solidariedade afetiva e a sobrevivência do indivíduo.
Da função social da emoção resultam seu caráter contagioso (a ansiedade infantil pode provocar irritação ou angústia no adulto, por exemplo) e a tendência para nutrir-se com a presença do outro (uma platéia alimenta uma chama emocional entre os participantes, por exemplo). Devido a seus efeitos desorganizadores, anárquicos e explosivos, a emoção pode reduzir o funcionamento cognitivo, se a capacidade cortical da ação mental ou motora para retomar o controle da situação for baixa. Se a capacidade cortical for alta, soluções inteligentes poderão ser encontradas.
Para Wallon não existe estado não emocional. Até a serenidade exprime emoção. Assim, a educação da emoção deveria ser incluída entre os pro-pósitos da ação pedagógica para evitar a formação do "circuito perverso de emoção": a emoção surge num momento de incompetência do sujeito e, não conseguindo transformar-se em atividade racional, provoca mais incompetência. O efeito desorganizador da emoção concentra a sensibilidade no próprio corpo e diminui a percepção do exterior.
Afetividade e inteligência
O ser humano é afetivo por excelência. É da afetividade que se diferencia a vida racional. No início da vida, afetividade e inteligência estão sincreticamente misturadas. Ao longo do desenvolvimento, a reciprocidade se mantém de tal forma que as aquisições de uma repercute sobre a outra. A pessoa se constitui por uma sucessão de fases com predomínio, ora do afetivo, ora do cognitivo. Cada fase incorpora
as aquisições do nível anterior.
Para evoluir, a afetividade depende da inteligência e vice-versa. Dessa forma, não é só a inteligência que evolui, mas também a emoção. Com o desenvolvimento, a afetividade incorpora as conquistas da inteligência e tende a se racionalizar. Por isso, as formas adultas de afetividade são diferentes das infantis No início a afetividade é somática, tônica, pura emoção. Alarga seu raio de ação com o surgimento da função simbólica. Na adolescência, exigências racionais são colocadas: respeito recíproco, justiça, igualdade de direitos.
Inteligência e pessoa
O processo que começa com a simbiose fetal tem por horizonte; individualização. Para Wallon, não há nada mais social do que o processo pelo qual o indivíduo se singulariza, em que o eu se constrói alimentando-se da cultura, sendo que o destino humano, tanto no plano individual quanto no social, é uma obra sempre inacabado.

LINK :5. GATTI, Bernadete Angelina; BARRETO, Elba de Sá; ANDRÉ, Marli Eliza Dalmazo de Afonso. Políticas docentes no Brasil: um estado da arte. Brasília: UNESCO, 2001.

http://unesdoc.unesco.org/images/0021/002121/212183por.pdf

LINK:4. FREITAS, Luiz Carlos de. Eliminação Adiada: o ocaso das classes populares no interior da escola e a ocultação da (má) qualidade do ensino. Educação e Sociedade, Campinas, vol. 28. n.100Especial, p.965-987, out. 2007.

http://www.scielo.br/pdf/es/v28n100/a1628100.pdf

Resenha e trecho do livro "Pedagogia da Autonomia", de Paulo Freire - NOVA ESCOLA

Resenha e trecho do livro "Pedagogia da Autonomia", de Paulo Freire

Bruna Nicolielo (bruna.nicolielo@fvc.org.br). Com resenhas de Nina Pavan
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Foto: Marcelo Kura
Foto: Marcelo Kura
Entre 1995 e 1996, como diretora pedagógica do Colégio Poço do Visconde, em São Paulo, tive o privilégio de travar discussões sobre o planejamento, a avaliação e o processo de formação do professor democrático com meu pai, o educador Paulo Freire (1921-1997). Ao longo dos nossos encontros, discutimos o quanto seria importante ele escrever um livro que fosse diretamente voltado à formação do professor. Por isso, ouso dizer que a ideia da obraPedagogia da Autonomia - Saberes Necessários à Prática Educativa (148 págs., Ed. Paz e Terra, tel. 11/ 3337-8399) esteve atrelada, em certa medida, a esses encontros. O fio condutor dos três capítulos é o processo de formação do educador democrático, cujo objetivo, afinal, é a conquista de sua independência, como também a do aluno.

A obra, a última de Paulo Freire em vida, é um convite apaixonado e intenso a todo profissional que aspira ser um educador crítico e autor do seu processo de formação. Ele deixa claro que os saberes necessários à prática docente, problematizados ao longo do livro, estão todos ancorados na sua forte convicção de que a Educação é um processo humanizante, político, ético, estético, histórico, social e cultural. Por outro lado, esses saberes denunciam a necessidade de o professor assumir-se um ser pensante. Curioso, que duvida e faz da sua fala um aprendizado de escuta. Humilde, que, embora se reconheça condicionado por circunstâncias sociais, econômicas e culturais, não é um ser incapaz de gestar transformações. Competente, que estuda, se prepara e tem o domínio do conteúdo que ensina. Por fim, generoso consigo próprio para que o possa ser com o aluno. Em razão do meu envolvimento nas discussões que levaram à produção da obra, recebi de meu pai um convite para escrever o prefácio do livro. Infelizmente naquele momento, não fui capaz de aceitar, pois não me sentia suficientemente preparada. Lembro-me ainda hoje da forma generosa com a qual ele acolheu a minha incapacidade de dar conta do desafio.

Anos se passaram e fui convidada a resenhar a obra para NOVA ESCOLA, o que me permite escrever hoje o que não consegui escrever ontem, tendo a chance, portanto, de ressignificar a experiência.

Fátima Freire Dowbor, autora desta resenha, é pedagoga formada pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e consultora pedagógica.
Clássico do mês

Trecho do livro
"Na formação permanente dos professores, o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática. É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática. O próprio discurso teórico, necessário à reflexão crítica, tem de ser tal modo concreto que quase se confunda com a prática. O seu 'distanciamento' epistemológico da prática enquanto objeto de sua análise, deve dela 'aproximá-lo' ao máximo. Quanto melhor faça esta operação tanto mais inteligência ganha da prática em análise e maior comunicabilidade exerce em torno da superação da ingenuidade pela rigorosidade. Por outro lado, quanto mais me assumo como estou sendo e percebo a ou as razões de mudar, de promoverme, no caso, do estado de curiosidade ingênua para o de curiosidade epistemológica. Não é possível a assunção que o sujeito faz de si numa certa forma de estar sendo sem a disponibilidade para mudar."

LINK FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários á prática educativa,

Link para o acesso do livro integral:

http://portal.mda.gov.br/portal/saf/arquivos/view/ater/livros/Pedagogia_da_Autonomia.pdf

Resenha:
http://www.recantodasletras.com.br/resenhasdelivros/1560012